A Catavento já tem mais de 30 anos e muitos ex-alunos no currículo. Há os que já têm, inclusive, filhos na escola. Por isso, recebemos alguns ex-alunos para um lanche e descobrimos um pouco do novo caminho que estão trilhando, do que sentem saudades e como está sendo a experiência em outras escolas: Gay Lussac, Abel, Salesiano Santa Rosa e Itaipu, Paulo Freire, Assunção e Fórum Cultural.
Giulia Cecchetti Cunha foi a primeira a levantar a mão pra falar. Ela, agora com 10 anos, estudou aqui desde o Maternal e diz que a Catavento tem um jeito diferente de ensinar: “Aqui nós sempre tivemos liberdade para dizer o que achamos e assim aprendemos a nos expressar”. Isabella Rocco reitera a fala da amiga: “Na Catavento eu nunca precisei ter medo de ninguém para aprender e eu vou levar para sempre poder dar a minha opinião sobre as coisas. Isso, pra mim, é uma grande qualidade”. Renata Leal Azevedo completa dizendo que foi muito bom poder aprender de outra forma, além do quadro e do caderno, o que torna o aprendizado mais fácil e os conteúdos mais divertidos.
“Aqui nós sempre tivemos liberdade para dizer o que achamos e assim aprendemos a nos expressar”.
Giulia Cecchetti
Ex-aluna da Catavento
Lahiz Escrivães, que esteve conosco do Berçário ao 5o ano e pode vivenciar diferentes fases na escola, falou com saudades das assembleias: “Eram momentos de encontros em que dizíamos o que pensávamos e expressávamos o que estávamos sentindo”.
“Eu estou há três anos em outra escola e percebi que apesar de aprendermos sobre a preservação do meio ambiente e reciclagem, na realidade não é isso que acontece. No meu primeiro ano nessa nova escola, na aula de artes não havia nada reciclável. Fui conversar com a professora sobre esse assunto e ela parecia não gostar da ideia de sucatas e reciclagem. Na Catavento, escola que estudei durante quase dez anos, aprendi tanto na aula de artes como em outras matérias a reciclar e a preservar o meio ambiente. Pois uma das principais causas da perda da biodiversidade é a poluição e o excesso de lixo que produzimos e não reciclamos.” Lara Murta, que estuda na mesma escola, concorda com a Lahiz e diz ter sentido o mesmo estranhamento. Catarina Melo Garcia também falou com saudades das atividades com materiais reciclados, sempre incentivadas na Catavento, e hoje classifica como chata a aula de Artes da sua escola que tem um formato mais tradicional.
“Na Catavento, aprendi tanto na aula de artes como em outras matérias a reciclar e a preservar o meio ambiente”.
Lahiz Escrivães
Ex-aluna da Catavento
A prática da inclusão sempre foi uma premissa da Catavento e é muito bom ver isso refletido na conscientização dos alunos que passam por aqui. Renata Leal, que estudou na Catavento do 1o ao 5o ano, diz que foi muito importante aprender a conviver com quem é diferente, com pessoas especiais. Luisa Pessôa, que está no 9o ano, também opinou sobre o tema: “O que eu levo da Catavento é saber respeitar as diferenças entre as pessoas”.
Degustando pães de queijo e animadas com a conversa, as ex-alunas falaram também de como está sendo o processo de aprendizagem em outra escola. Giulia Cecchetti relatou que logo se adaptou à nova escola e, antes do meio do ano, já tinha recebido uma “Notificação de Bom Desempenho”. Luisa Pessôa, diz que teve facilidade na compreensão e realização dos conteúdos, tarefas, provas e simulados propostos pela escola atual, e que continua estudando muito.
“O que eu levo da Catavento é saber respeitar as diferenças entre as pessoas”.
Luisa Pessôa
Ex-aluna da Catavento
Unanimidade entre as alunas foi a saudade dos amigos e da natureza. Todas citaram a área verde como um diferencial da escola para quem está ali, diariamente aprendendo. Julia Pessôa e Mariana Torres Machado disseram que estar em contato com espaços verdes no dia a dia escolar sempre fez toda a diferença. A área interna das salas também foi lembrada com carinho: “Sentimos falta dos jogos, livros, murais e materiais das salas de aula”, contam Giulia e Mariana.
O reencontro com nossas ex-Cataventeiras foi muito bom. Vê-las crescendo e amadurecendo é o mais importante. Cada uma delas também deixa saudades na escola, mas temos certeza que de estão seguindo seus caminhos com autonomia, consciência e preparadas para o futuro que escolherem trilhar, a partir de uma base consistente de conhecimento e cidadania.