Recebemos com muita alegria dos pais das nossas alunas Ana Carolina da Turma 1B e Larissa do Grupo 2, um exemplar da Revista nº 58 da Associação Médica Fluminense, na qual o Sr Luis Augusto de Freitas Pinheiro escreve a matéria: “Medicina do Futuro – Como será amanhã? Responda quem puder.”.
Ficamos gratos pelo reconhecimento do trabalho da Catavento e emocionados com as palavras do avô das nossas alunas.
Segue abaixo trecho do texto para ser apreciado pelas famílias:
“Conclusão
Feliz, venho observando uma tendência de recuperação do humanismo mormente nos locais por onde se deve começar: no ensino básico, com as crianças de todos os extratos sociais.
Noções de solidariedade, cuidados com a natureza, com os seres animados ou inanimados, culto à família, interesse pelas artes em geral, reverência a valores pátrios e outros assemelhados.
Recentemente fui a um evento comemorativo dos 100 anos de nascimento do poeta, compositor e embaixador Vinícius de Moraes na “Catavento – espaço de educação”, onde estudam minhas netas Ana Carolina (6 anos) e Larissa (3 anos), em homenagem a ele e seus amigos mais próximos: Edu Lobo, Baden Powel, Chico Buarque, Tom Jobim e Toquinho. Eram quadros, fotos, colagens e, sobretudo, as crianças cantando composições desses nossos grandes compositores. Tudo muito emocionante e esperançoso. Numa barraca encontrei vários livros com matérias produzidas pelos alunos, inclusive um intitulado “Vinícius e seus amigos…”. Adquiri um exemplar onde Ana Carolina escreveu sua historinha. Ela e seus coleguinhas dissertaram, cada um à sua maneira, sobre um tema proposto pela professora, que são dois versos da música “Wave” de Tom Jobim: “Fundamental é mesmo o amor,/ É impossível ser feliz sozinho…”
Todos interpretam tocantemente, com a simplicidade infantil. Tomo, como exemplo, por óbvio, o que escreveu Ana Carolina: “A menina triste que ficou feliz”. “Era uma vez uma menina que vivia triste e não tinha amigo nenhum. Ela não sabia dividir as coisas e sempre brigava com os amigos. Depois ela percebeu que brincar sozinha era chato e começou a ficar mais triste. Então ela começou a aprender a brincar e dividir e virou uma menina feliz.”
É isso! Dividir para unir! Passar da separabilidade relativista para a simultaneidade quântica. De multiplicidade para unidade. Do materialismo para o espiritualismo. Da oposição para a convivência de tecnologia com humanismo: da ciência com a arte. Que SUS e SSS deixem de ser a cunha na relação médico/paciente, transformando-a em transrelação, e se tornem a glia da interrelação. Prescindir do corrimão de modelos tradicionais e pensar na contramão, nos desvãos da lógica cartesiana, buscando beleza, verdade e vida nas assimetrias, nas desigualdades universais.
Almejo que meus netos possam começar a auferir essas conquistas e meus bisnetos as vivam plenamente. Sabendo semear e cuidar a colheita será promissora.
Precisamos apostar todas nossas fichas na infância e na juventude atuais. É a nossa esperança de um futuro melhor no qual se possa mudar definitiva e acertadamente a máxima da Idade Média – “O Ethos do médico é a prevenção, a cura e a misericórdia.”
Sursum corda!”