Espaço Aberto EF

Espaço Aberto EF

Em março, tivemos os 1os. Espaços Abertos no Ensino Fundamental em 2015. Esta Reunião de Pais tem como objetivo aprofundar o trabalho pedagógico desenvolvido pela Catavento com cada turma e também refletir sobre temas relacionados ao desenvolvimento dos alunos, às questões de aprendizagem e outros da atualidade. Confiram os materiais que foram utilizados nas discussões entre a equipe pedagógica e as famílias.

Acessem os links:

Maria vai com as outras” (https://www.youtube.com/watch?v=LgCYz3_pRig)

“Bom dia todas as cores” (https://www.youtube.com/watch?v=ZhGHEZUzQX0)

Leiam os textos:

 

A SÍNDROME DO PENSAMENTO ACELERADO

Pensar é bom, pensar com consciência crítica é melhor ainda, mas pensar excessivamente é uma bomba contra a qualidade de vida, uma emoção equilibrada, um intelecto criativo e produtivo.

A velocidade exagerada dos pensamentos afeta a qualidade de vida. Ninguém suportaria por muito tempo ver um filme cujas cenas rodassem rapidamente. Mas suportamos por anos nosso pensamento rodar seu “filme”. O custo físico e psíquico disso é altíssimo.

A educação “conteudista” estressa, compromete a criatividade e a saúde emocional.

Qualquer leigo sabe que uma máquina não pode trabalhar em alta rotação continuamente, dia e noite, pois corre o risco de aumentar sua temperatura e fundir suas peças. Mas é quase inacreditável que nós, seres humanos, não tenhamos a mínima consciência de que pensar exageradamente e sem nenhum autocontrole é uma fonte de esgotamento mental.

Crianças e adolescentes estão esgotados mentalmente. Pais e professores estão fatigados sem saber a causa. Profissionais das mais diversas áreas já acordam sem energia e carregam seu corpo durante o dia.

Mesmo se o conteúdo for positivo, culto, interessante, o aceleramento do pensamento por si só gera um desgaste cerebral intenso, produzindo a mais importante ansiedade dos tempos modernos, com a mais rica sintomatologia. Não precisamos ter tido uma infância doente para sermos adultos ansiosos; basta termos uma mente hiperacelerada, que adoeceremos.

Abaixo, relaciono alguns dos sintomas da Síndrome do Pensamento Acelerado:

  1. Ansiedade
  2. Mente inquieta ou agitada
  3. Insatisfação
  4. Cansaço físico exagerado; acordar cansado
  5. Sofrimento por antecipação
  6. Irritabilidade e flutuação emocional
  7. Impaciência; tudo tem que ser rápido
  8. Dificuldade de desfrutar a rotina (tédio)
  9. Dificuldade de lidar com pessoas lentas
  10. Baixo limiar para suportar frustrações (pequenos problemas causam grandes impactos)
  11. Dor de cabeça
  12. Dor muscular
  13. Outros sintomas psicossomáticos (queda de cabelo, taquicardia, aumento de pressão arterial, etc.)
  14. Déficit de concentração
  15. Déficit de memória
  16. Transtorno do sono ou insônia

Todos os professores no mundo sabem, embora não entendam a causa, que, do final do século XX para cá, crianças e adolescentes estão cada vez mais agitados, inquietos, sem concentração, sem respeito uns pelos outros, sem prazer em aprender.

Por que muitos acordam fatigados? Porque gastam muita energia pensando e se preocupando durante o estado de vigília. O sono deixa de ser reparador, não consegue repor a energia na mesma velocidade.

E os sintomas físicos, por que surgem? Quando o cérebro está desgastado, estressado e sem reposição de energia, procura órgãos de choque para nos alertar. Nesse momento, aparece uma série de sintomas psicossomáticos, como dores de cabeça e muscular, que representam o grito de alerta de bilhões de células suplicando para que mudemos nosso estilo de vida. Mas quem ouve a voz do seu corpo?

E o esquecimento? Por que temos sido uma plateia de pessoas com déficit de memória? Porque nosso cérebro tem mais juízo do que nosso eu. Percebendo que não sabemos gerenciar nossos pensamentos, que vivemos esgotados, o cérebro usa mecanismos instintivos que bloqueiam as janelas da memória na tentativa de que pensemos menos e poupemos mais energia.

Nossos alunos também estão com a SPA, o que prejudica a assimilação das informações, a organização e a capacidade de resgate delas, comprometendo o desempenho do raciocínio. Alunos brilhantes não brilham nas provas, não porque não sabem a matéria, mas porque truncaram esse processo.

Os alunos devem ser avaliados não apenas pela repetição dos dados, mas também pela inventividade, pela capacidade de raciocínio esquemático, pela ousadia. E, além disso, se quisermos formar pensadores, deveremos avaliar um aluno fora do espaço das provas, durante as aulas, por sua interatividade, altruísmo, proatividade, debate de ideias, discurso do pensamento, cooperação social. São esses elementos que determinarão o sucesso profissional e social nas provas da existência, muito mais do que os acertos nas provas escolares.

Algumas causas da SPA são:

  1. Excesso de informação
  2. Excesso de atividades
  3. Excesso de trabalho intelectual
  4. Excesso de preocupação
  5. Excesso de cobrança
  6. Excesso de uso de celulares
  7. Excesso de uso de computadores

O excesso de informação é a principal causa da SPA. No passado, o número de informações dobrava-se a cada dois ou três séculos; hoje dobra-se a cada ano.

Estou convicto de que não é o excesso de informação e de pensamentos que determina a qualidade das ideias. Einstein tinha menos informações do que a maioria dos engenheiros e físicos da atualidade, e foi muito mais longe. É a maneira como reorganizamos os dados, e não o excesso deles, que determina o grau de criatividade.

Selecionar as informações é fundamental. Mas, nesta sociedade urgente, somos péssimos para selecionar o cardápio da nossa mente. Engolimos tudo e rapidamente, sem digerir. Como não se estressar drasticamente?

O ASSASSINATO DA INFÂNCIA

O excesso de estímulos, atividades, brinquedos, propagandas, uso de smartphones, vídeo games, TV e informações escolares satura a memória dos filhos da humanidade, gera um trabalho intelectual escravo, editando seus pensamentos em níveis jamais vistos.

Diante disso, como evitar que as crianças estejam mentalmente agitadas, desconcentradas, impulsivas, com dificuldade de elaborar suas experiências? Impossível.

Elas são instáveis, irritadiças, intolerantes a contrariedades, inseguras em situações novas, não se deleitam em aprender e têm enorme dificuldade em debater ideias em ocasiões minimamente estressantes.

Nós, adultos, cometemos um crime ao superestimar o processo de construção de pensamentos. Não percebemos que as crianças precisam aprender a proteger a emoção, filtrar estímulos estressantes, desenvolver o prazer por meio de atividades lúdicas, participar de processos criativos que envolvam melhor elaboração, como esporte, música, pintura e relacionamento com a natureza.

Nunca foi tão difícil educar uma geração. O que me dói na alma é saber que esses jovens serão adultos num ambiente de aquecimento global, insegurança alimentar e competição predatória e precisarão de notável capacidade de liderança e criatividade para dar respostas inteligentes a essas questões. Entretanto, infelizmente, estamos despreparando-os para esse mundo tumultuado que nós mesmos criamos.

Quando as crianças são atingidas pela SPA na primeira infância, até os cinco anos, os pais ficam extasiados, acham que seus filhos são gênios. Não percebem os sintomas. Têm orgulho de contar a todos a esperteza dos filhos, que assimilamos informações rapidamente e têm resposta para tudo. Para piorar o quadro dos gênios, colocam-lhes num mar de atividades (escola, aprendizado de línguas, música, esportes) e, além disso, permitem que acessem as redes sociais indiscriminadamente. Esse processo agita mais a mente deles.

Não sabem que crianças têm de ter infância, criar, elaborar, estabilizar sua emoção, dar profundidade aos seus sentimentos, colocar-se no lugar do outro, pensar antes de reagir, aquietar a mente; caso contrário, terão uma emoção instável, insatisfeita, irritadiça, intolerante a contrariedades e, claro, hiperpensante.

Os anos passam, e, na segunda infância, pré-adolescência e adolescência, os pais começam a perceber que algo está errado. O gênio desapareceu. Seus filhos querem cada vez mais para sentir cada vez menos, são insatisfeitos, indisciplinados, têm dificuldades de expressar gratidão, sua autoestima está combalida, sua autoimagem está fragilizada, não aceitam um “não”, são impacientes, querem tudo na hora.

É fundamental que os pais não deem presentes e roupas em excesso aos filhos nem os coloquem em múltiplas atividades. É igualmente fundamental que conquistem o território da emoção deles e saibam transferir o capital das suas experiências, ou seja, que lhes deem o que o dinheiro não pode comprar.

Fonte: CURY, Augusto. Ansiedade, como enfrentar o mal do século. Editora Saraiva. 1ª Edição. 2014

 

LIÇÃO DE CASA: UM DEVER PARA TODO DIA

A tarefa de casa é uma atividade importante para a formação dos estudantes – e deve ser incentivada por pais e professores

 

“As funções da lição de casa são sistematizar o aprendizado da sala de aula, preparar para novos conteúdos e aprofundar os conhecimentos”, explica Luciana Fevorini, coordenadora de ensino fundamental II do Colégio Equipe, em São Paulo. “Analisando os exercícios que os alunos resolvem sozinhos em casa, o professor pode descobrir quais são as dúvidas de cada um e trabalhar novamente os pontos em que eles apresentam mais dificuldades.”

“O grande desafio do professor é fazer com que o aluno consiga atribuir significado à lição de casa”, diz Eliane Palermo Romano, coordenadora pedagógica da Escola Comunitária de Campinas. “O aluno precisa perceber a função das tarefas para que compreenda sua importância”, reitera Cleuza Vilas Boas Bourgogne, diretora pedagógica da Escola Móbile, de São Paulo.

Qual a importância do dever de casa?

O dever de casa é importante para pais, alunos e professores.
Para o aluno, é fundamental porque faz com que ele enfrente desafios pedagógicos fora do contexto escolar, além de ajudá-lo a construir uma autonomia, a estabelecer uma rotina e a melhorar a capacidade de organização.
Para o professor, é uma atividade útil porque lhe permite verificar quais são as dificuldades e deficiências dos alunos e, consequentemente, tentar saná-las com atividades de reforço.
Para os pais, é uma maneira de acompanhar o que está sendo ensinado na escola do filho.

Todo dever de casa é igual?

Não. “Existem três tipos diferentes de dever: aquele que sistematiza conhecimentos, a lição preparatória para a aprendizagem e a lição de aprofundamento. As três servem a objetivos diferentes, mas são igualmente importantes”, afirma Luciana Fevorini, do Colégio Equipe, em São Paulo. Por isso, o dever de casa não deve ser visto apenas como uma obrigação, mas sim como uma parte fundamental dos estudos que, se for deixado de lado, pode comprometer o aprendizado.

O que o dever de casa trabalha?

Especialistas classificam o dever de casa em três tipos diferentes:

– Lição que sistematiza conhecimentos: é o tipo de lição mais comum. Nessa modalidade, o aluno faz exercícios, sozinho. Analisando as respostas, o professor verifica quais são os principais problemas individuais e coletivos da turma e pode reforçar os conteúdos em que os alunos apresentam mais dificuldades.

– Lição preparatória: é a lição que introduz um novo tema. Antes de começar a trabalhar um novo tema, o professor pode pedir, por exemplo, que os alunos leiam notícias de jornais relacionadas ao assunto. Assim, antes de introduzir o novo conteúdo, ele sonda o que os estudantes já sabem sobre ele.

– Lição de aprofundamento: é a lição em que o aluno aprofunda os temas já estudados por meio de trabalhos mais longos. Pode ser uma pesquisa sobre determinado assunto ou a apresentação oral de um trabalho.

Os pais devem ajudar a fazer o dever de casa?

“Os pais devem participar da vida escolar, sem dúvida. É importante conversar sobre o que os estudantes aprenderam na escola, fazer uma leitura conjunta do jornal, demonstrar curiosidade em relação à rotina de estudos. Eles podem, inclusive, ajudar a tirar dúvidas se tiverem prazer nisso, mas não devem fazer os exercícios pelo filho”, diz Cleuza Vilas Boas Bourgogne, da Escola Móbile. Ou seja, os pais podem ajudar, sim. Mas é importante que não atravessem a criança. O dever de casa é, sobretudo, um exercício que o aluno deve fazer sozinho, justamente para que os professores descubram quais são as suas dificuldades.

Como os pais podem ajudar no dever sem prejudicar a aprendizagem do seu filho?

O segredo é ajudar sem oferecer respostas prontas. Um exemplo: quando a criança não sabe a grafia de uma palavra, os pais podem orientá-la a buscar a palavra no dicionário, mas nunca dizer imediatamente o que ela significa. Outras atitudes que podem ajudar o filho sem comprometer o aprendizado são levá-lo até uma biblioteca ou orientar uma pesquisa na internet. O mais importante é mesmo acompanhar, saber se o dever está sendo feito ou se o filho está tendo problemas. Também é interessante incentivar o aprendizado. Se a criança está estudando os diferentes tipos de árvores, uma boa ideia é levá-la a um parque para observar a vegetação. “Os adultos não estão proibidos de compartilhar o conhecimento com as crianças, mas também não devem sentir-se obrigados a fazê-lo. O ideal é que os pais não façam pela criança aquilo que ela tem condições de realizar sozinha, mesmo que o produto não corresponda à expectativa dos adultos”, orienta Eliane Palermo Romano, da Escola Comunitária de Campinas.

É preciso criar uma rotina de estudos?

Sim, a rotina é importante para que a criança e o adolescente se organizem. Como a criança ainda não é capaz de estabelecer uma rotina sozinha – ela não tem autonomia para organizar o seu dia e os seus compromissos, lidar com horários, distribuir o tempo para brincar, fazer a lição, tomar banho, se alimentar – ela precisa da ajuda dos pais nesse processo. “Os pais podem organizar um horário com a criança e ter controle sobre o seu cumprimento”, afirma Eliane Palermo Romano, da Escola Comunitária de Campinas. O adolescente, porém, já tem uma capacidade maior de organização, e pode estabelecer uma rotina sozinho – ainda assim é sempre importante o monitoramento dos pais e, em caso de dificuldade, a ajuda.

O aluno precisa de um lugar especial para fazer o dever?

Sim, o ideal é que o estudante tenha um lugar próprio para fazer a lição… Se tiver uma mesa adequada, espaçosa, em um local ventilado, com um lugar para guardar todo o seu material escolar, é ainda melhor. “O estudante deve ter um espaço definido para realizar as tarefas. Fazer a lição assistindo TV ou no playground do condomínio não favorecerá a concentração, o envolvimento e o capricho”, afirma Eliane Palermo Romano, da Escola Comunitária de Campinas.

Quanto tempo deve ser gasto com o dever de casa?

Isso depende muito da idade do estudante. Até a metade do Ensino Fundamental II, o que equivale ao 7º ano, uma hora por dia é o suficiente. Crianças e adolescentes precisam ter tempo para atividades extracurriculares, para praticar esportes, para brincar e até para não fazer nada. O ócio faz parte do desenvolvimento saudável dos jovens.

Como agir quando seu filho não quer fazer o dever de casa?

O primeiro passo é identificar o problema. Não conseguir terminar toda o dever ou negar-se a fazê-lo pode ser, por exemplo, um reflexo do excesso de atividades da criança ou do adolescente. Mas é importante também conversar com a escola para tentar descobrir se o aluno tem algum problema de aprendizado. “No entanto, independentemente do tipo de problema que o aluno está tendo, é muito importante que ele entenda o valor coletivo do dever. Se um estudante deixa de fazer os exercícios que a professora propõe para casa, a classe inteira pode ser prejudicada”, diz Cleuza Vilas Boas Bourgogne, da Escola Móbile.

Como agir quando o filho tem dificuldades no dever de casa?

Assim como nos casos em que a criança ou adolescente não quer fazer a lição, o primeiro passo é tentar entender por que o filho tem dificuldade ou pede ajuda constantemente ao fazer os exercícios propostos para casa. Estabelecer uma parceria com a escola para identificar o problema é parte importante desse processo. Pedir muita ajuda na hora de fazer o dever pode ser uma tentativa de chamar a atenção dos pais, por exemplo. “Os motivos poderão ser diversos e, assim, merecer tratamento diverso. Mas é importante salientar que o aluno não deve ter a opção de não fazer o dever. Se tiver dificuldade, deve ser orientado a levar as dúvidas para a professora, para que, em classe, consiga resolvê-las”, afirma Eliane Palermo Romano, da Escola Comunitária de Campinas.

É preciso repreender o jovem quando não faz o dever direito?

Errar como se diz popularmente é humano – e parte do processo de aprendizagem. É muito importante entender que o estudante – criança ou adolescente – está em uma fase de aprendizado e é natural que cometa erros no caminho. “Nunca se deve repreender a criança quando ela comete um erro.”, diz Luciana Fevorini, do Colégio Equipe. “Chamar de burro ou incompetente, então, nem pensar”. É errando que se aprende.

O que o professor percebe com o dever de casa?

“A principal função da lição de casa é justamente complementar o trabalho do professor em sala de aula”, explica Luciana Fevorini, do Colégio Equipe. Por meio do dever, o professor pode verificar quais são as principais dificuldades individuais e coletivas dos alunos. Quando um conteúdo não é bem aprendido, os conteúdos seguintes podem ficar prejudicados. Portanto, analisar o dever de casa dos alunos é uma forma de fazer uma “recuperação” diária, trabalhando os pontos em que os estudantes apresentam mais dificuldades. Além disso, no caso da lição preparatória, ele pode fazer um apanhado dos conhecimentos prévios da turma sobre determinado assunto, para decidir qual é a melhor forma de introduzir um novo tema.

O que os pais podem ver pelo dever de casa?

Além de ajudar o trabalho do professor, o dever de casa é uma maneira de os pais saberem o que vem sendo ensinado na escola. Acompanhando as tarefas, é possível saber o que o filho está aprendendo, em que disciplinas ele tem mais dificuldades e se precisa ou não de aulas de reforço. Mas atenção: acompanhar não significa fazer o dever. Ajudar o filho eventualmente é saudável, mas é errado resolver as questões por ele. E é importante não se intimidar diante de conteúdos desconhecidos. Nesses casos, o melhor é ser sincero, explicar ao filho que não sabe ou não lembra da matéria e fazer uma pesquisa conjunta. “A hora de fazer a lição de casa também pode ser um momento de compartilhar dúvidas”, diz Cleuza Vilas Boas Bourgogne, da Escola Móbile.

2015-04-09T17:17:59+00:00 9 de abril de 2015|Categories: Reunião de Pais|Tags: , |