Espaços Abertos da Ed. Infantil

Espaços Abertos da Ed. Infantil

Em abril, tivemos os Espaços Abertos para as famílias da Educação Infantil da Catavento.

Nesses encontros, Diretoras, Coordenadora, Psicóloga, Pediatra e Professoras, abordaram a rotina escolar, incluindo o Grupão da Manhã, a proposta pedagógica da Catavento e alguns outros temas de interesse das famílias.

Assuntos tratados: “Os 10 Direitos Naturais da Criança”, segundo Rubem Alves; O Currículo High Scope; Questões delicadas – as mordidas, as quedas; O Trabalho da Pediatra na Escola; “Por que os meninos gostam tanto de brincar de luta?”; Psicogênese da Língua Escrita, por Telma Weiss, e Reflexões sobre a Alfabetização e o Letramento na Educação Infantil.

“A expressão corporal e a entonação do educador devem sempre ser ponto de atenção para a garantia de aprendizado prazeroso da leitura e da escrita, permeado de boas vivências, se construindo de forma consistente para a formação do cidadão.”

Cláudia Costa

Diretora Pedagógica da Catavento

Agradecemos a presença das famílias. Esses momentos de troca são de extrema importância para que a escola possa promover discussões, reflexões, esclarecer dúvidas e apoiar positivamente a aprendizagem dos alunos. Foi gratificante constatar o interesse de todos pelo processo de aprendizagem dos seus filhos. Momentos como esse fortalecem a confiança e a parceria entre escola e família e enriquecem a nossa prática.

“Olá! A reunião foi ótima. Muito bom podermos nos aproximar do cotidiano escolar e ver o desenvolvimento deles acontecer de forma prazerosa.” (Julia Sinder, mãe do Caio do Grupo 2)

“Muito bom podermos nos aproximar do cotidiano escolar e ver o desenvolvimento deles acontecer de forma prazerosa.” 

Julia Sinder

mãe do Caio do Grupo 2

“Bom dia! Boa tarde! Gostei muito da reunião ontem. As informações passadas são extremamente importantes e só reforçam a certeza que tenho de ter escolhido a escola certa! Muito agradecida!!” (Fernanda, mãe da Ana Luz do Grupo 2)

“Gostei muito da reunião ontem. As informações passadas são extremamente importantes e só reforçam a certeza que tenho de ter escolhido a escola certa! Muito agradecida!!” 

Fernanda Invernizzi

mãe da Ana Luz do Grupo 2

Para incluí-los na reflexão feita pelos grupos, encaminhamos o link de um vídeo da metodologia e alguns textos trabalhados:

Grupo 1

Por que os meninos gostam tanto de brincar de luta?

Conheça as questões biológicas e culturais que estão por trás disso

Por Malu Echeverria – atualizada em 21/03/2014 16h03

Alguns estudos sugerem que as conexões cerebrais relacionadas às habilidades de visão e espaço seriam melhores em pessoas do sexo masculino. O que explicaria, por exemplo, porque eles seriam mais ágeis desde a infância. No entanto, a ciência concorda que a personalidade e o comportamento das pessoas são construídos não apenas pela genética, mas também pela interação do cérebro no ambiente que o cerca. Em outras palavras, não dá para negar as influências culturais que moldam meninos e meninas. “Podemos observar isso, por exemplo, nos desenhos infantis. Os voltados para eles têm batalhas e heróis fortes, enquanto os direcionados a elas são com princesas delicadas e belas”, afirma a pedagoga Elisabete da Silva Duarte, coordenadora do Colégio Nossa Senhora do Morumbi (SP). Para a educadora, a sociedade (e aqui se incluem os pais) incentiva as brincadeiras mais violentas entre os meninos, de todas as idades, mesmo que inconscientemente.

Como a força, socialmente, é uma característica masculina, os pais acham que um menino precisa desse tipo de estímulo para se tornar homem. Além disso, a habilidade também é associada a atitudes que envolvem coragem, liderança e sucesso. “Não podemos esquecer, porém, que tais conquistas dependem principalmente de outras lições, como responsabilidade e autonomia”, conclui Elisabete.
As brincadeiras um tanto agressivas por si só, na verdade, não são exatamente um problema. Afinal, é na infância que começamos a aprender a controlar nossa própria agressividade. No entanto, os pequenos não conseguem estimar a força que possuem e, em muitos casos, acabam se machucando. Por isso, precisam de supervisão sempre. “Mas, quanto maior a variedade de jogos, brinquedos e brincadeiras que oferecermos às crianças, melhor. Isso porque é assim, transitando em diferentes papéis, que elas aprendem como funciona o mundo”, diz a educadora.

  • E no videogame, pode?

Nesse contexto, qual a influência dos jogos eletrônicos que incentivam lutas e afins? Há estudos que sugerem que eles deixariam os meninos mais violentos, enquanto outros refutam essa teoria. Até porque a influência da família é maior. “Crianças que nascem em lares violentos, obviamente, têm mais chance de agirem da mesma forma ao se tornarem adultos”, explica a pedagoga. Mais eficiente que proibi-los, portanto, é respeitar a classificação de acordo com a faixa etária sugerida e dosar o tempo que as crianças se dedicam à atividade – como a todas as outras, da TV aos cursos extracurriculares.

 http://revistacrescer.globo.com/Mae-de-meninos/noticia/2014/03/por-que-os-meninos-gostam-tanto-de-brincar-de-luta.html

 

Grupo 2

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL  – Magda Soares

Revista Pátio Educação Infantil – Ano VII – Nº 20 – Oralidade, alfabetização e letramento – Jul/Out, 2009  ArtMed.

ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Curiosamente, atividades bastante comuns na educação infantil – os rabiscos, os desenhos, os jogos, as brincadeiras de faz-de-conta – não são consideradas atividades de alfabetização, quando representam, na verdade, a fase inicial da aprendizagem da língua escrita, constituindo, segundo Vygotsky, a pré-história da linguagem escrita: quando atribui a rabiscos e desenhos ou a objetos a função de signos, a criança está descobrindo sistemas de representação, precursores e facilitadores da compreensão do sistema de representação que é a língua escrita.
A vivência de representações semióticas, não propriamente linguísticas, são um primeiro passo em direção à representação da cadeia sonora da fala pela forma gráfica da escrita. Uma lata de sardinha que se torna um signo de representação de um trem é, na interpretação de Vygotsky (1984), uma operação cognitiva precursora e preparatória do mais complexo e abstrato processo de atribuição de signos aos sons da fala, ou seja, do processo de conceitualização da escrita como um sistema de representação.
Essa fase considerada a pré-história da escrita explica por que a criança pequena supõe estar escrevendo quando está desenhando ou quando está fazendo rabiscos e garatujas, nesse caso muitas vezes tentando imitar a escrita cursiva dos adultos, o que já representa um avanço em seu processo de alfabetização – um reconhecimento da natureza arbitrária da escrita. É o primeiro nível, entre os níveis por que passam as crianças em seu processo de conceitualização do sistema alfabético, identificados tão claramente por Emilia Ferreiro e Ana Teberosky (2001): níveis icônico e da garatuja, pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético.
Quase todos esses níveis, se não todos, ocorrem, ou podem ocorrer, na educação infantil: lembremos que Ferreiro e Teberosky identificaram os níveis investigando comportamentos de crianças de 4, 5 e 6 anos. Como comprovam inúmeras pesquisas e observações em instituições de educação infantil, as crianças de 4 e 5 anos, com raras exceções, evoluem rapidamente em direção ao nível alfabético se são orientadas e incentivadas por meio de atividades adequadas e sempre de natureza lúdica, característica necessária na educação de crianças pequenas: escrita espontânea, observação da escrita do adulto, familiarização com as letras do alfabeto, contato visual frequente com a escrita de palavras conhecidas, sempre em um ambiente no qual estejam rodeadas de escrita com diferentes funções: calendário, lista de chamada, rotina do dia, rótulos de caixas de material didático, etc.
Mesmo atividades muito presentes na educação infantil, via de regra consideradas apenas por sua natureza lúdica – a repetição de parlendas, a brincadeira com frases e versos trava-línguas, as cantigas de roda, a memorização de poemas -, são passos em direção à alfabetização porque, se forem orientadas nesse sentido, desenvolverão a consciência fonológica, um aspecto fundamental para a compreensão do princípio alfabético: se o sistema alfabético representa os sons da língua, é necessário que a criança torne-se capaz de voltar sua atenção não apenas para o significado do que fala ou ouve, mas também para a cadeia sonora com que se expressa oralmente ou que recebe oralmente de quem com ela fala; que perceba, na frase falada ou ouvida, os sons que delimitam as palavras, em cada palavra, os sons das sílabas que constituem cada palavra, em cada sílaba, os sons e que são feitas.
Várias pesquisas comprovam a correlação entre consciência fonológica e progresso na aprendizagem da leitura e da escrita. Portanto, jogos voltados para o desenvolvimento da consciência fonológica, se realizados sistematicamente na educação infantil, criam condições propícias e, inclusive, necessárias para a apropriação do sistema alfabético.

Letramento na educação infantil

A leitura frequente de histórias para crianças é, sem dúvida, a principal e indispensável atividade de letramento na educação infantil. Se adequadamente desenvolvida, essa atividade conduz a criança, desde muito pequena, a conhecimentos e habilidades fundamentais para a sua plena inserção no mundo da escrita.
Por um lado, esta é uma atividade que leva a criança a se familiarizar com a materialidade do texto escrito: conhecer o objeto livro ou revista, descobrir que as marcas na página – sequências de letras – escondem significados, que textos é que são “para ler”, não as ilustrações, que as páginas são folheadas da direita para a esquerda, que os textos são lidos da esquerda para a direita e de cima para baixo, que os livros têm autor, ilustrador, editor, têm capa, lombada… Por outro lado, a leitura de histórias é uma atividade que enriquece o vocabulário da criança e proporciona o desenvolvimento de habilidades de compreensão de textos escritos, de inferência, de avaliação e de estabelecimento de relações entre fatos. Tais habilidades serão transferidas posteriormente para a leitura independente, quando a criança tornar-se apta a realizá-la.
Naturalmente, para que a leitura oral de histórias atinja esses objetivos, não basta que a história seja lida. É necessário que o objeto portador da história seja analisado com as crianças e sejam desenvolvidas estratégias de leitura, tais como: que a leitura seja precedida de perguntas de previsão a partir do título e das ilustrações; que seja propositadamente interrompida, em pontos pré-escolhidos, por perguntas de compreensão e de inferência; que seja acompanhada, ao término, por confronto com as previsões inicialmente feitas, por meio da avaliação de fatos, personagens, seus comportamentos e suas atitudes.
Outros gêneros de textos também devem ser objeto de leitura do adulto para as crianças: textos informativos (que podem ser lidos em busca de conhecimentos que as crianças revelem não ter, mas desejam adquirir), textos injuntivos (que orientam a prática de jogos e os comportamentos), textos publicitários, textos jornalísticos, histórias em quadrinhos, etc. Ou seja, na educação infantil, a criança pode e deve ser introduzida a diferentes gêneros, diferentes portadores de textos. Além disso, pode-se levá-la a identificar o objetivo de cada gênero, o leitor a que se destina, o modo específico de ler cada gênero.
Do mesmo modo, atividades de letramento com a escrita podem e devem ter presença frequente na educação infantil. A todo momento, surgem oportunidades de registrar algo como apoio à memória, de ditar para o adulto uma carta que se quer enviar a alguém, de construir um cartaz sobre um trabalho desenvolvido. Enfim, são inúmeras as situações que podem ser aproveitadas para que as crianças percebam a função da escrita para fins diversos e a utilizem em práticas de interação social.

Integrando alfabetização e letramento
A discussão sobre alfabetização e letramento em dois tópicos, como feito neste artigo, pode suscitar a ideia de que são componentes da introdução da criança no mundo da escrita a serem desenvolvidos separadamente. Contudo, não deve ser assim. Embora as atividades de alfabetização e letramento diferenciem-se tanto em relação às operações cognitivas por elas demandadas quanto em relação aos procedimentos metodológicos e didáticos que as orientam, essas atividades devem desenvolver-se de forma integrada. Caso sejam desenvolvidas de forma dissociada, a criança certamente terá uma visão parcial e, portanto, distorcida do mundo da escrita.
A base será sempre o letramento, já que leitura e escrita são, fundamentalmente, meios de comunicação e interação, enquanto a alfabetização deve ser vista pela criança como instrumento para que possa envolver-se nas práticas e usos da língua escrita. Assim, a história lida pode gerar várias atividades de escrita, como pode provocar uma curiosidade que leve à busca de informações em outras fontes; frases ou palavras da história podem vir a ser objeto de atividades de alfabetização; poemas podem levar à consciência de rimas e aliterações. O essencial é que as crianças estejam imersas em um contexto letrado – o que é uma outra designação para o que também se costuma chamar de ambiente alfabetizador – e que nesse contexto sejam aproveitadas, de maneira planejada e sistemática, todas as oportunidades para dar continuidade aos processos de alfabetização e letramento que elas já vinham vivenciando antes de chegar à instituição de educação infantil.

Magda Soares é doutora em Educação e professora da Faculdade de Educação da UFMG.
mbecker.soares@terra.com.br

http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/principio-nome-422885.shtml

 NO PRINCÍPIO, É O NOME

Jogos e listas que usam como base o nome próprio são uma ótima estratégia para iniciar a alfabetização na pré-escola

            A turma de 4 anos da EM Presidente Médici, em Itaetê, a 407 quilômetros de Salvador, está dando os primeiros passos no processo de alfabetização. O trabalho, apoiado nas descobertas da psicogênese (o estudo da origem e do desenvolvimento da escrita), usa o nome próprio como ponto de referência para que as crianças confrontem suas idéias sobre a língua escrita. Além de identificar as pessoas e ser a palavra mais conhecida pelos pequenos, o nome é um modelo que fornece informações a criança sobre as letras e sua quantidade, variedade, posição e ordem, diz a educadora argentina Ana Teberosky no livro Psicopedagogia da Linguagem Escrita. Dominar o próprio nome, o dos colegas e o dos familiares é abrir caminho para conhecer o alfabeto completo.

            Uma das atividades mais eficientes é o uso de listas. Mas, para que elas contribuam para o aprendizado, é preciso que levem as crianças a comparar e relacionar a escrita de seu nome com a dos colegas. Há várias formas desafiadoras de fazer isso: procurar o próprio nome na hora da chamada, encontrar os aniversariantes do mês, separar nomes de meninos e meninas. Em Itaetê, a opção da professora Isana da Silva Landulfo foi desenvolver uma atividade de leitura e escrita de nomes. A tarefa, que começa com a leitura do nome de um amigo, termina com algumas crianças escrevendo o próprio nome sem a ajuda de modelos. Além da orientação da professora, os pequenos contam com um alfabeto acima do quadro, letras móveis e fichas com os nomes completos.

Grupo 3

Refletindo sobre a prática de letramento no Grupo 3

           Durante os últimos anos, percebemos que as crianças se transformaram em relação a diversos aspectos de seu desenvolvimento.

          Hoje iremos focalizar, nas ações pensadas para transformar a prática pedagógica da CATAVENTO Espaço de Educação, a partir das observações feitas nos últimos oito anos na alteração da curiosidade sobre a produção intelectual e na demanda das crianças de 4 e 5 anos em relação ao desenvolvimento cognitivo. Com a ampliação da comunicação no mundo globalizado, a intensa presença da mídia de televisão e de marketing nas grandes cidades e até nas mais distantes, o interesse da criança pelo mundo das palavras se antecipa e, além de outras etapas já percorridas em tempo diferente do que se observava nas teorias de desenvolvimento infantil, o aprendizado da leitura e escrita também tem seu tempo de instalação alterado.

         Desta forma, iniciamos o processo de formação de vocabulário básico – recolhimento de aproximadamente 40 palavras que contenham os fonemas de nossa língua e suas variações – adotando como apoio para o início do processo o Método Natural de Alfabetização pela Professora Heloisa Marinho e a Escrita Espontânea, descrita e aprofundada por Emília Ferreiro.

             A expressão corporal e a entonação do educador devem sempre ser ponto de atenção para a garantia de aprendizado prazeroso da leitura e da escrita, permeado de boas vivências, se construindo de forma consistente para a formação do cidadão.

Cláudia Costa

Diretora Pedagógica da Catavento

2014-04-08T12:42:51+00:00 8 de abril de 2014|Categories: Ed. Inf., Reunião de Pais|Tags: , , |