Marcelo Ferreira na Catavento

Marcelo Ferreira na Catavento

Marcelo Ferreira, atleta que rodou o mundo velejando e participou de quatro Olimpíadas, conquistando duas medalhas de ouro e uma de bronze, acompanha atualmente seu terceiro filho na Catavento. Pai presente e parceiro da escola na educação de seus filhos há muitos anos, Marcelo Ferreira batizou a nossa quadra, o que para nós é uma honra nomeá-la Quadra Poliesportiva Marcelo Ferreira.

Na sexta-feira dia 16/05, véspera da Copa da Família, recebemos a visita do ex-iatista que falou para os alunos do Ensino Fundamental sobre a carreira de atleta, mostrou suas medalhas e estimulou o investimento no esporte.

No domingo dia 11/05, Marcelo Ferreira foi entrevistado pela equipe de jornalismo do “GENTE DAQUI” do Jornal O Globo Niterói.

Confiram a matéria:

“Não adianta nada essa história de mais polícia na rua. Tem que encher escola, fazer com que elas funcionem de fato.”

Marcelo Ferreira

Atleta Olímpico no Iatismo

Marcelo Ferreira

Ex-iatista nas águas calmas e sem burocracia do Badu

Com passagem recente na Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, Marcelo Ferreira critica a lentidão governamental, deixa política de lado e diz que agora só pensa em curtir a família, especialmente o filho de 1 ano e 8 meses

Marco Grillo

marco.grillo@oglobo.com.br

Desencantado com a política, saudoso do tempo em que andava de pedalinho nas então transparentes águas da Baía de Guanabara e insatisfeito com as discussões que giram mais em torno das UPPs do que dos “Brizolões”, Marcelo Ferreira quer, cada vez mais, ficar em casa. Do atleta que rodou o mundo velejando, foi a quatro Olimpíadas – com duas medalhas de ouro e uma de bronze – e morou na Itália e nos Estados Unidos, sobrou o homem que não vê muitos motivos para ficar longe do filho de 1 ano e 8 meses.

– Estou curtindo muito. Atualmente, viajar, para mim, é um tormento – conta o ex-iatista, casado e pai de três filhos.

Conhecido pelo bom papo, Marcelo vem de uma experiência recente que impede a economia de palavras. Após pouco mais de um ano, deixou o cargo de secretário municipal de Esporte e Lazer. Em 2003, já havia ocupado o mesmo posto, na gestão de Godofredo Pinto.

– Errar uma vez é humano. Duas, é burrice – ironiza.

Todas as queixas podem se resumir em uma só: o excesso de burocracia. Marcelo conta que pensou em fazer uma série de quadras esportivas no espaço da Concha Acústica e não conseguiu; quis desenvolver projetos esportivos em comunidades, mas a ideia ficou emperrada.

– A engrenagem é muito ruim. O sistema é elaborado para você não fazer, porque não pode nada. Tudo tem procuradoria, ouvidoria, você fica engessado. É uma encheção de saco – reclama. – Niterói tem vários espaços para praticar esporte. Tive o sonho de conseguir fazer algumas coisa, mas acordei rapidinho.

A dois anos das Olimpíadas no Rio, Marcelo acredita que a oportunidade de desenvolver uma política esportiva na cidade já foi desperdiçada.

– O cavalo passou selado e a gente não aproveitou. Lógico que precisa arrumar a cidade e tem 300 áreas para atacar. Mas acho que a prefeitura pecou de não ter arrumado verba (para o esporte) em Brasília logo no primeiro ano de governo – critica.

Enfatizando a importância do esporte e da educação, Marcelo cita Darcy Ribeiro e acredita que os Cieps materializam o exemplo de ideias que são deixadas de lado por causa do jogo político.

– De nada adianta essa história de mais polícia na rua. Tem que encher escola, fazer com que elas funcionem de fato. Não tem nada melhor do que uma estrutura de concreto aberta para as crianças usarem – diz.

Fora da política – “A gente não deve dizer nunca, mas não tenho ânimo algum para voltar” -, Marcelo agora pode ficar mais com a família e se dedicar à vida de empresário. Em 2011, quando parou de competir em alto nível, montou uma construtora com o irmão. Ele está à frente também de uma confecção de roupas, ao lado da mulher. Sobra tempo até para praticar esporte ao lado de velhos amigos.

– A gente se encontra bastante para bater um papo e jogar tênis em Niterói – conta Torben Grael, parceiro de Marcelo ao longo dos mais de 20 anos de competições na classe Star. – Ele é uma pessoa fantástica.

Do período de atleta, Marcelo guarda histórias curiosas, títulos e algumas frustrações. Começou a velejar quase por acaso, ao se encantar com um barco Optimist de um amigo que o levara para pescar. Aos 12 anos, virou sócio do Iate Clube Brasileiro e passou a competir ocasionalmente. O lazer ganhou contornos de seriedade e culminou na primeira campanha olímpica, em 1992.

– O dinheiro do patrocínio era curto e recebemos uma boa oferta para vender os materiais do barco (vela, mastro), pouco antes das Olimpíadas. Montamos o barco de novo, mas era um equipamento novo e muito lento – lembra Marcelo, que ficou 11º lugar nos Jogos de Barcelona.

De Atlanta, em 1996, Marcelo trouxe o primeiro ouro olímpico – repetiu o feito em Atenas-2004. A medalha logo virou atração no condomínio no Badu onde mora há quase 20 anos.

– Fui até a casa dele com alguns amigos pedir para ver a medalha. Ele trouxe numa caixinha e deixou até que a gente tocasse nela – recorda o vizinho e jornalista Guilherme Coreixas, então com 9 anos.

2014-05-21T14:36:36+00:00 21 de maio de 2014|Categories: Depoimentos, Ensino Fund.|Tags: , , |